sábado, 5 de janeiro de 2013

Fractura de Colles


O rádio e o cúbito em conjunto formam os ossos do antebraço. O cúbito é o osso que se estende ao longo do antebraço pelo lado do dedo mindinho, enquanto o rádio fica do lado exterior, ou do dedo polegar
As fracturas da extremidade distal (próximo ao punho) destes ossos são razoavelmente comuns (cerca de um quarto de todas as fracturas de membros) e muitas vezes têm associadas lesões ligamentares, como resultado de um traumatismo, como uma queda com os braços estendidos à frente do corpo.
Estas fracturas são mais comuns em crianças e adultos jovens, especialmente se estiverem envolvidos em actividades de risco, como desportos radicais ou desportos de contacto. Também se tornam mais comuns com o avançar da idade, em parte devido à idade avançada estar relacionada a um risco aumentado de quedas e em parte por causa da osteoporose.
A fractura de Colles define-se pela perda total de continuidade da extremidade distal do rádio, a cerca de 4 cm da superfície articular do punho. A fractura de Colles resulta numa posição característica da mão (demasiado para trás e para fora em relação ao antebraço).
A existência de osteoporose deve ser considerada/avaliada em todas as fracturas de Colles, e estas deverão ser encaradas como um forte factor de risco para uma fractura do colo do fémur, uma das fracturas mais frequentes no idoso e com uma taxa de morbilidade maior.

Sinais e sintomas/ Diagnóstico

  • Por vezes o paciente ouve o ruído da fractura no momento da lesão
  • Dor intensa, inchaço e sensibilidade no punho
  • Normalmente existe história de queda com os braços estendidos à frente do corpo
  • Deformidade característica e visível, com um desvio da mão para trás e para o lado.

O diagnóstico de uma fractura de Colles é essencialmente clínico e bastante evidente devido à deformação ser visível. No entanto é essencial uma boa avaliação clínica do cotovelo, punho e ombro para descartar outras lesões, como a fractura da apófise estilóide do cúbito ou a fractura da cabeça do rádio
Pela força do impacto também outras estruturas poderão estar lesadas, pelo que é fundamental avaliar a função vascular e nervosa. Um raio-X é geralmente necessário para confirmar o diagnóstico e avaliar a gravidade da lesão. No caso de haver suspeita de lesão de outras estruturas, exames adicionais (TAC, RM ou ecografia) podem ser necessários.

Tratamento

Nas fracturas de Colles o tratamento imediato consiste imobilização da fractura e estabilização do paciente para realizar o raio-X.
Logo que o ângulo de deformação e lesões associadas forem confirmados no resultado do raio-X, o médico poderá optar por dois tipos de intervenção:
A redução da fractura (realinhamento dos topos ósseos) sob anestesia, que deve ser tentada o mais cedo possível. A manobra envolve tracção dos topos da fractura e um movimento forçado para a frente e para dentro (o sentido oposto ao da deformidade).
No caso de a fractura envolver mais do que um fragmento ósseo ou houver risco considerável de lesão nervosa durante a redução poderá ser executada a fixação através de placa e parafusos.
Após ambos os procedimentos é realizado novo raio-X para confirmar o alinhamento ósseo e o antebraço e mão serão imobilizados com gesso ou tala gessada por um período de cerca de 6 semanas. Durante a imobilização é importante que faça exercícios suaves de mobilidade com os dedos e com o cotovelo, de forma a prevenir limitações graves.
No período após imobilização com gesso ou tala deve ser iniciado um programa de fisioterapia. As técnicas que revelam maior eficácia nesta condição:
  • Exercícios para melhorar a amplitude articular. Estas fracturas estão frequentemente associadas a limitações articulares do punho pós-imobilização e síndrome do túnel cárpico, principalmente nos idosos. Técnicas de facilitação neuromuscular proprioceptiva e de alongamento activo são fundamentais para prevenir grandes limitações.
  • Estimulação proprioceptiva do punho e mão através da manipulação de objectos.
  • A aplicação de calor antes dos exercícios para aumentar a irrigação sanguínea e de gelo no final para prevenir sinais inflamatórios.
  • Massagem de mobilização dos tecidos moles.
  • Educação do paciente e plano de retorno gradual à actividade.

Exercícios terapêuticos para as fracturas do rádio

Os seguintes exercícios são geralmente prescritos após a confirmação de que a fractura está consolidada. Deverão ser realizados 2 a 3 vezes por dia e apenas na condição de não causarem ou aumentarem os sintomas.



Flexão/extensão do punho
Com o antebraço apoiado. Dobre o punho, ficando com a palma da mão virada para si e os dedos para baixo. Rode o punho para cima, ficando a palma da mão virada para a frente e os dedos para cima. 


 Desvio radial/desvio cubital
Com o antebraço e mão apoiados, rode a mão para fora e depois para dentro.
Repita entre 8 a 12 vezes, desde que não desperte nenhum sintoma. 




 Propriocepção do punho
Agarrando uma bola na mão, faça movimentos circulares com o punho enquanto pressiona a bola.
Repita entre 20 e 30 movimentos, desde que não desperte nenhum sintoma.




Antes de iniciar estes exercícios você deve sempre aconselhar-se com o seu fisioterapeuta.

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