quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

Alterações em duas crianças com paralisia cerebral após aplicação do método Therasuit - estudo de caso clínico

Crianças com Paralisia Cerebral tipicamente demonstram problemas com as funções e estruturas do corpo, tais como diminuição da força muscular, mobilidade articular passiva limitada, controlo motor alterado e mau alinhamento, que limitam a sua actividade.

A fisioterapia faz face a estes problemas com o objetivo de melhorar os padrões de movimento e otimizar a capacidade da criança para participar em atividades funcionais, tais como habilidades motoras gerais e deambulação.

Apesar de estes benefícios serem conhecidos e estarem bem documentados, a intensidade adequada do treino e fortalecimento, necessária para maximizar os benefícios, é desconhecida e é um tema de interesse para fisioterapeutas pediátricos.

Recentemente, tem sido dada atenção aos potenciais benefícios das intervenções que defendem curtos e intensos períodos de fisioterapia, por exemplo, programas com frequências de até 3 vezes por semana têm demonstrado melhorias na marcha e função.

Outros programas mais intensivos, com uma frequência de até 5 vezes por semana, sugerem que as habilidades motoras gerais e funcionais de crianças com PC melhoraram quando a reabilitação se centrou no treino de habilidades funcionais específicas (HFE).

Um desses programas, o método Therasuit, é um programa de 3 semanas que combina fortalecimento e treino de HFE com uma frequência de 3 a 4 horas por dia, 5 dias por semana e pretende melhorar a função a um ritmo mais rápido do que outros programas de fisioterapia.

Os defensores dizem que o método Therasuit"alinha o corpo para o mais próximo possível do normal", "promove o desenvolvimento de ambas as habilidades motoras finas e gerais", e "normaliza (corrige) o padrão de marcha". O método Therasuit inclui o uso da unidade universal de exercício (Fig. 1) e vestir um fato (Fig. 2 A, B) com cabos elásticos ligados de forma a "estabilizar", "facilitar" e "colocar grupos musculares em carga".



As evidências que indiquem um maior benefício funcional da participação neste programa em comparação com programas convencionais de fisioterapia ainda são limitadas.
O objetivo deste estudo de caso foi investigar os efeitos do método Therasuit na marcha, HFE, assistência do cuidador, e habilidade motora geral em duas crianças com diplegia espástica.

Apresentação dos casos clínicos


A descrição de história de cada criança está resumida na Tabela 1. As duas crianças tiveram o diagnóstico de diplegia espástica, foram classificados como nível III no Gross Motor Function Classification System, tinham participado anteriormente no Método Therasuit, conseguiam seguir instruções, e não estavam a tomar medicação anti-espástica oral.


Descrição da intervenção em fisioterapia


Foram medidos antes e depois da aplicação do programa a Pediatric Evaluation of Disability Inventory (PEDI), dimensões D e E do Gross Motor Function Measure, e análise tridimensional da marcha.

O método Therasuit de terapia intensiva foi administrado durante 4 horas por dia, 5 dias por semana, durante três semanas consecutivas por fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais treinados especificamente no protocolo de intervenção.

Todas as actividades do Método Therasuit foram administradas na mesma sequência em cada dia (ver Tabela 2 para detalhes).




Conclusão


Ambos os participantes deste estudo de caso demonstraram ganhos mínimos em algumas áreas e declínio em outras áreas de desempenho funcional após aplicação do método Therasuit para pacientes com paralisia cerebral.

Foram observadas pequenas mudanças, mas potencialmente importantes em padrões de movimento da marcha após a participação neste programa intensivo.

Serão necessários outros estudos para examinar os diferentes componentes do método Therasuit antes de poderem ser tiradas conclusões quanto à eficácia do programa.


Finalmente, este programa está disponível a um custo substancial, e os benefícios obtidos podem não valer a pena o investimento.

Bailes AF, Greve K, Schmitt LCChanges in two children with cerebral palsy after intensive suit therapy: a case report. Pediatr Phys Ther. 2010 Spring;22(1):76-85.

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